outono

“É uma borboleta amarela?
Ou uma folha que se desprendeu
que não quer tombar?”


Mário Quintana




Outono ; é preciso escolher
É preciso escolher.
O tempo todo escolher.
Na real, não se sabe de nada.
Nem sobre a vida, nem sobre a morte.
Nem quanto vai custar a batata doce depois da crise.
Nem se a Império Serrano vai voltar ao primeiro grupo.
E então, vamos às opções. As opções são as seguintes:
1º. Diga que a vida é uma merda.
2º. Aproveite.
As duas alternativas são erradas e certas.
Cinza é a cor do pseudo-intelectual.
Cinza é a cara chateada de não ser ovacionado pela sua descrença cheia de charme cultural.
Broa de milho quente é o que há.
Cantemos.
Se o som for triste, valeu! Desabafamos.
Se for alegre, viva a alegria!
O outono vai chegar e isso resolve tudo.
Mas é preciso optar.
Ser alegre ou não é uma decisão, é uma escolha.
Não sabemos de nada, e já sabemos que não sabemos de nada.
Portanto, vamos escolher.
O outono, gente, resolve tudo.
E quê que havia para ser resolvido?
Não importa.
Portanto, benditos sejamos todos.
Sempre há alguém que amamos.
Pois então, benditos somos.
Não há outra coisa a fazer senão amar e caminhar no outono.
Ah! E comer broa de milho.



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