terça-feira, 20 de maio de 2014

Movimentos modernistas

Chamamos de Vanguardas Europeias o conjunto de tendências artísticas – em sua maioria provenientes de Paris, então centro cultural da Europa – que provocou ruptura com a tradição cultural do século XIX. As correntes de vanguarda surgiram antes, durante e depois da Primeira Guerra Mundial, introduzindo uma estética marcada pela experimentação e pela subjetividade que influenciaria fortemente diversas manifestações artísticas em todo o mundo.

Os movimentos de vanguarda emergiram na Europa nas duas primeiras décadas do século 20 e provocaram ruptura com a tradição cultural do século 19. Foram extremamente radicais e influenciaram manifestações artísticas em todo o mundo.

As cinco principais correntes vanguardistas foram: futurismo, cubismo, dadaísmo, expressionismo e surrealismo.

Cubismo (1907)

Picasso


Demoiselles, de Pablo Picasso – figuras geométricas que fogem ao convencionalismo


Guernica



O Cubismo surgiu em 1907, quando o pintor espanhol Pablo Picasso (1881 -1973) expôs sua criação (representada na imagem acima) em Paris. Após este momento, outros representantes também se destacaram. Entre os quais destacamos: Fernand Léger, André de Lothe, Juan Gris e Georges Braque; e na literatura, Apollinaire e Cendras.

Na literatura, sua manifestação se dá por meio da realidade aparente em oposição à realidade pensada, interpretada. O discurso apresenta-se como desprovido de uma sequência lógica, pautado por uma desordem proposital na apresentação de seus elementos e por uma enumeração aleatória de fragmentação da realidade, na qual passado e futuro parecem se fundir. Outra característica marcante se atém à desvalorização da estrofe e, consequentemente, da pontuação, métrica e rima.
A arte Cubista - principais características
O cubismo demonstra os objetos como são representados no nosso pensamento. Um pintor cubista retrata o que existe de forma diferente do que nós vemos. O cubismo tem três características principais:

1.Demonstra os objetos escolhidos em cubos.
2.Descreve as naturezas morta com poucas cores fazendo contraste o claro e o escuro com sombra muito carregadas.
3. Não e utilizada a perspectiva, os desenho dominado por figuras geométricas são sobrepostos.

Esta arte teve uma grande influência de Cézanne, também se relaciona com as teorias de Einstein, concluiu que é impossível determinar um movimento. Um objecto pode estar parado ou em movimento dependendo da perspectiva em que esta a ser desenhado.

A arte Cubista - as fases

Enquanto o movimento cubista se desenvolvia, sofreu várias alterações, sendo principalmente marcado pelas seguintes:

1. O cubismo primitivo (1907): nas primeiras pinturas cubistas foram descritas pela restrição às formas geométricas.
2. O cubismo analítico (1910 – 1913): demonstra uma decomposição de objetos que estão representados no quotidiano. E uma combinação de pedaços de peças, vistos de várias maneiras com perspectivas diferentes.
3. O cubismo Sintético (1913): este tipo de cubismo era composto por colagens de vários papéis com diferentes texturas e padrões, as cores tornaram-se muito mais vivas. O espaço e volume são inspirados com pequenos leves traços de sombra. Nota-se um grande distanciamento de qualquer arte primitiva.

Cubismo no Brasil

Somente após a Semana de Arte Moderna de 1922 o movimento cubista ganhou terreno no Brasil. Mesmo assim, não encontramos artistas com características exclusivamente cubistas em nosso país. Muitos pintores brasileiros foram influenciados pelo movimento e apresentaram características do cubismo em suas obras. Neste sentido, podemos citar os seguintes artistas: Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Rego Monteiro e Di Cavalcanti.


Futurismo (1909)




O futurismo foi um movimento literário e artístico iniciado em 1909. Foi Felippo Marinetti, poeta italiano, quem começou este movimento com a publicação do Manifesto Futurista. Ele fez parte da primeira vanguarda futurista.


Características do Futurismo:

- Desvalorização da tradição e do moralismo;
- Valorização do desenvolvimento industrial e tecnológico;
- Propaganda como principal forma de comunicação;
- Uso de onomatopéias (palavras com sonoridade que imitam ruídos, vozes, sons de objetos) nas poesias;
- Poesias com uso de frases fragmentadas para passar a ideia de velocidade;
- Pinturas com uso de cores vivas e contrastes. Sobreposição de imagens, traços e pequenas deformações para passar a ideia de movimento e dinamismo;

Futurismo na Itália

Foi em território italiano que o futurismo ganhou grande notoriedade. O fascismo italiano teve grande influência neste movimento artístico na Itália.Os principais artistas plásticos futuristas italianos foram Luigi Russolo, Umberto Boccioni e Carlo Carrá.

Futurismo na Rússia

O movimento futurista russo recebeu forte influência do socialismo, principalmente após a Revolução Russa de 1917. O grande expoente da poesia futurista russa foi o poeta Vladimir Maiakovski, que fez uma ligação entre a arte e o povo.

Futurismo no Brasil

No Brasil, o futurismo teve grande influência na produção artística de artistas ligados ao movimento modernista. Anita Malfatti e Oswald de Andradeentraram em contato com Marinetti e seu Manifesto Futurista. Muitas ideias e conceitos futuristas foram incorporados às obras destes modernistas brasileiros. Pode-se observar estas influências na Semana de Arte Moderna de 1922.


Seus primeiros indícios se revelam por meio do Manifesto Futurista, sob a autoria do italiano Tommaso Marinetti, publicado no jornal parisiense Le Figaro, em 22 de fevereiro de 1909. O Futurismo propunha a demolição radical do passado, do academicismo condicionado às artes em geral, e exaltava o progresso e a revolução causada pela implantação da tecnologia, valorizando a velocidade e a energia.

Esse movimento é responsável por mais de trinta manifestos, com a primeira publicação em fevereiro de 1909, pelo autor Filippo Tommaso Marinetti:

“ Olhe-nos! Nós não estamos esfalfados...Nosso coração não tem a menor fadiga. Porque ele está nutrido pelo fogo., pelo ódio e pela velocidade!...Isso o espanta?”
“Nós queremos glorificar a guerra – única higiene do mundo -, o militarismo, o patriotismo, o gesto destrutor dos anarquistas, as belas idéias que matam, e o menosprezo à mulher.”


Os manifestos traziam rompimento com a norma culta, com a gramática tradicional e apresentava versos livres e linguagem sem apego a normas.

Um dos manifestos futuristas, “Manifesto Técnico da Literatura Futurista”, propôs a “destruição da sintaxe”, a depreciação do adjetivo, advérbio e da pontuação. Por outro lado, apoiou a ideia de que os substantivos deveriam vir no texto ao acaso, conforme surgissem nos pensamentos.

Na literatura, Marinneti preconizava a capacidade imaginativa, desprovida do apego ao tradicionalismo, principalmente no que se refere à sintaxe. Para tanto, conclamava o emprego dos versos livres, subsidiados pela liberdade de expressão. Exemplificando tais pressupostos, ater-nos-emos à criação de Álvaro de Campos, um dos heterônimos de Fernando Pessoa:

Ode triunfal 
À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica
Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos.
Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!
Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu [sinto!
Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos [modernos,
De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso
De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!
Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical -
Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força -
Canto, e canto o presente, e também o passado [e o futuro,
Porque o presente é todo o passado e todo o futuro
(...) 
Álvaro de Campos



EXPRESSIONISMO: 

      



O Expressionismo     Expressionismo
 norueguês Edvard Munch                          O grito, de Edvard Munch, 1893.


Surgido em 1910, foi manifestação de povos nórdicos, germânicos e eslavos. Essa tendência expressou a angústia do período anterior à Primeira Guerra Mundial, voltando-se para os produtos artísticos dos primitivos e para as manifestações do mundo interior, expressas no uso aleatório de cores intensas e distorção das formas, como atesta o quadro O grito, do norueguês Edvard Munch.

Como um movimento, o Expressionismo tem suas origens no final do século XIX e começo do século XX, principalmente através de artistas como Van Gogh e Gauguim. No desenvolvimento do expressionismo tiveram sua importância os escritos de Worringer propondo a distorção de formas que expressassem um mundo hostil. Isso acabou por fornecer justificação teórica para o movimento e o termo expressionismo. A origem comum é a tendência antiimpressionista que se gera no cerne do próprio impressionismo, como caráter essencialmente sensorial, e que se manifesta no final do século XIX com Toulouse- Lautrec, Gauguin, Van Gogh, Munch e Ensor. Além de sua forte manifestação na pintura, o expressionismo foi marcante também em outras manifestações artísticas, tais como: literatura, cinema, teatro, etc. Na literatura, há muitas obras que refletem a crise de consciência que tomou conta da sociedade antes e depois da Primeira Guerra Mundial.


Autores e Obras do Expressionismo

Gerorg Trakl: Poesias; Sebastião no Sono; The Autumn of The Lonely; Song of The Departed; Autumn Sonata: Selected Poems of Georg Trakl; In an Abandoned Room: Selected Poems by Georg Trakl.

Kasimir Edschmid: Verse, Hymnen, Gesänge; Frauen; Afrika: Nackt und angezogen; Wenn es Rosen sind, werden sie blühen; Über den Expressionismus in der Literatur und die neue Dichtung.

Albert Ehrenstein: Der Mensch Schreit; Briefe an Gott; Tubutsch; Ritter des Todes; Der Selbstmord eines Katers; Die rote Zeit; Das Gelbe Lied.

Kurt Pinthus: Sinfonia da Jovem Poesia; Menschheitsdammerung: Dawn of Humanity.

Mário de Andrade: Paulicéia Desvairada; Lira Paulistana; Contos Novos; Amar, Verbo Intransitivo; Macunaíma; A Escrava que não é Isaura; Os Filhos da Candinha.

Oswald de Andrade: Pau-Brasil; Primeiro Caderno de Poesia do Aluno Oswald de Andrade; Os Condenados; Memórias Sentimentais de João Miramar; Serafim Ponte Grande; O Rei da Vela; Um Homem sem Profissão.
http://www.infoescola.com/literatura/escritores-do-expressionismo/


DADAÍSMO

Liderado pelo poeta húngaro Tristan Tzara o movimento dadaísta surgiu durante a primeira guerra, como uma resposta às decepções e fracassos que sentiram filósofos e artista devido a participação dos seus paises no conflito. Negava todas as tradições sociais e artísticas e tinham como base, um anarquismo niilista e o slogan: a destruição também é criação.
A palavra Dada foi descoberta acidentalmente por Hugo Ball e por Tzara Tristan num dicionário alemão-francês. Dada é uma palavra francesa que significa na linguagem infantil "cavalo de pau". Esse nome escolhido não fazia sentido, assim como a arte que perdera todo o sentido diante da irracionalidade da guerra.

Principais artistas dadaístas

- Tristan Tzara


- Marcel Duchamp
Marcel Duchamp: um dos principais representantes do dadaísmo

- Hans Arp


Textículos dos pássaros, traduzido por  Ricardo Domeneck, publicadas originalmente na Modo de Usar & Co.

“[..] a donzela cerimoniosamente bombeia nuvens
em sacolas de pedra e couro
gigandastes silenciosos espiralam pardais
estridentes no azul
as torres de areia entopem-se de bonecas de pano
as eclusas represam hipocampos esferas e moinhos
as barcas chama-se joão e maria e flutuam adiante
sem noção
o dragão carrega a insígnia cuca-gula e é guiado
manso pela coleira
às cidades amputa-se os pés
aos campanários dá-se pista de dança apenas em porões
por isso escapamos da obrigação de limpar as
garras cometas birutas [...]"

- Julius Evola
- Francis Picabia
- Max Ernst
- Man Ray

pintor, cineasta e fotógrafo

- Raoul Hausmann
- Guillaume Apollinaire
- Hugo Ball


- Johannes Baader
- Arthur Cravan
- Jean Crotti
- George Grosz
- Richard Huelsenbeck
- Marcel Janco
- Clement Pansaers
- Hans Richter
- Sophie Täuber


SURREALISMO

O Surrealismo foi um Movimento fundado pelo poeta André Breton que a princípio tinha apenas expressão literária e caminhava ao lado do Dadaísmo. Posteriormente, Breton foi reunindo, em torno de si, artistas plásticos, muitos saídos do movimento Dadá (que já anunciava sua morte nos anos 20).O surrealismo foi por excelência a corrente artística moderna da representação do irracional e do subconsciente. Os surrealistas deixam o mundo real para penetrarem no irreal, pois a emoção mais profunda do ser tem todas as possibilidades de se expressar apenas com a aproximação do fantástico, no ponto onde a razão humana perde o controle.

Principais artistas surrealistas

ARTES PLÁSTICAS

- Salvador Dali

Salvador Dali

  
A Persistência da Memória (1931)

- Joan Miró


- Max Ernst


- René Magritte


- Paul Delvaux
- Remedios Varo
- Frida Kahlo
- Jean Arp
- Leonor Fini
- Alberto Giacometti
- Vito Campanella

LITERATURA

- Octávio Paz
- André Breton
- Paul Éluard
- Louis Aragon
- Jacques Prévert
- Benjamin Péret
- Leonora Carrington (também foi pintora)

TEATRO

- Antonin Artaud

CINEMA

- Luis Buñuel
[creditofoto]

http://www.infoescola.com/literatura/escritores-do-surrealismo/


(ver)
http://vanguardasufms.blogspot.com.br/2011/11/futurismo.html

exerc: http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/vanguardas-europeias-resumo-dicas-questao-comentada-598933.shtml

http://guiadoestudante.abril.com.br/blogs/divirta-estudando/entenda-os-movimentos-literarios-e-artisticos-com-meia-noite-em-paris/

caça-palavras com vanguardas europeias

http://www.imagem.eti.br/palavras-cruzadas/palavras-cruzadas-vanguardas-europeias-set.php

http://5cmusicaseinstrumentos.blogspot.com.br/



O ideário modernista foi-se, ao longo da década de 1920, apresentando em manifestos e grupos organizados em revistas de cultura e literatura.

Revista Klaxon (1921-1923)

A revista Klaxon – Mensário de Arte Moderna foi o primeiro periódico modernista. Inovou não só no conteúdo, mas no projeto gráfico e riamatéria publicitária, que trazia anto anúncios sérios, de produtos reais (como a brasileira Lacta), quanto anúncios satíricos, de produtos absurdos (como uma fábrica internacional de sonetos). A proposta da revista era “buzinar”, chamando a atenção e pedindo passagem (“klaxon” era o nome que se dava à buzina externa dos automóveis da época).

Poesia Pau-Brasil (1924)

Por meio do manifesto “Pau-Brasil” publicado no Correio da Manhã, em 18 de março de 1924, Oswald de Andrade propunha a revisão crítica da cultura e da história brasileira, em busca de redefinir o que é o “ser brasileiro”. Propunha também pesquisa e reflexão sobre a linguagem como procura de uma expressão artística nacional, mas sem o patriotismo ufanista que herdáramos do Romantismo do século XIX. Em 1925, Oswald publica o livro Pau-Brasil, ilustrado por Tarsila do Amaral, em que o poeta põe em prática o ideário exposto no manifesto.

Verde-Amarelismo (1926)

Idolatrando o tupi e escolhendo a anta como símbolo do grupo, os verde-amarelos formaram uma dissidência em relação a Oswald de Andrade. Propondo um nacionalismo primitivista, criticavam o traço satírico cosmopolita “estrangeirado” de Oswald. Orientados por um patriotismo de traços fascistas, ditado pelo integrante Plínio Salgado — que viria, na década de 1930, a fazer parte do Integralismo —, Menotti dei Picchia, Cassiano Ricardo e Guilherme de Almeida eram os escritores que se destacaram nesse grupo.

Antropofagia (1928)

Em resposta à Escola da Anta, Oswald liderou, em 1928, o grupo que melhor representa a miscelânea ideológica e estética que foi o primeiro momento de nosso modernismo. O grupo antropófago surgiu com a Revista de Antropofagia, que durou de 1928 a 1929, em duas fases.



Segundo o manifesto, escrito por Oswald, que abre o primeiro número, a proposta dos antropófagos era a deglutição cultural: o que identificaria a nossa nacionalidade é o ato de “comer” as manifestações culturais que vêm de fora e de reorganizá-las dentro da mistura cultural própria do Brasil. Hoje, o caráter antropófago da cultura brasileira tem sido considerado o que mais identifica nossa cultura — essa facilidade que temos de aceitar e incorporar tudo o que vem de fora.
A primeira fase da revista foi dirigida por Alcântara Machado e Raul Bopp; a segunda, por Geraldo Ferraz. A primeira fase (ou “dentição”, como diziam) trazia até mesmo contribuições do grupo da Anta, o que sugere o quanto de “jogada de marketing” havia nas rixas ideológicas entre os grupos. A segunda “dentição”, todavia, marcou a grande ruptura entre os amigos Oswald e Mário de Andrade. Por divergências estéticas, e mesmo pessoais — dizem que a timidez e a postura mais humilde de Mário se chocavam com o gênio agressivo, arrogante e irreverente de Oswald—, Mário de Andrade deixou de fazer parte do grupo. Deixaram também o grupo Alcântara Machado e os escritores da Anta.


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