quinta-feira, 17 de maio de 2012

Literatura de cordel




O que é e origem 
literatura de cordel é uma espécie de poesia popular que é impressa e divulgada em folhetos ilustrados com o processo de xilogravura. Também são utilizadas desenhos e clichês zincografados. Ganhou este nome, pois, em Portugal, eram expostos ao povo amarrados em cordões, estendidos em pequenas lojas de mercados populares ou até mesmo nas ruas.
Chegada ao Brasil 
A literatura de cordel chegou ao Brasil no século XVIII, através dos portugueses. Aos poucos, foi se tornando cada vez mais popular. Nos dias de hoje, podemos encontrar este tipo de literatura, principalmente na região Nordeste do Brasil. Ainda são vendidos em lonas ou malas estendidas em feiras populares.

Vários escritores nordestinos foram influenciados pela literatura de cordel. Dentre eles podemos citar: João Cabral de Melo, Ariano Suassuna, José Lins do Rego e Guimarães Rosa.
Poética do cordel:
- Quadra: estrofe de quatro versos.
- Sextilha: estrofe de seis versos.
- Septilha: é a mais rara, pois é composta por sete versos.
- Oitava: estrofe de oito versos.
- Quadrão: os três primeiros versos rimam entre si; o quarto com o oitavo, e o quinto, o sexto e o sétimo também entre si.
- Décima: estrofe de dez versos.
- Martelo: estrofes formadas por decassílabos (comuns em desafios e versos heroicos).

http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=4338


Nunca Transforme em Vermelho 
O Sinal Verde da Vida
 Oliveira de Panelas*

É louvável quem respeita
Os sinais de advertência
Se a esquerda é preferência
Nunca passe pra direita.
A estrada não foi feita
Pra ser pista de corrida
Ao cruzar a Avenida
Mire-se bem neste espelho
Nunca transforme em vermelho
O sinal verde da vida.

Repare bem o motor,
Viaje com confiança,
O cinto de segurança
Coloque pra onde for,
Examine o extintor,
Se a carga está vencida,
Não se torne um homicida
Por causa deste aparelho
Nunca transforme em vermelho
O sinal verde da vida

Não dirija embriagado,
Evite a fatalidade,
Não corra em velocidade,
Nunca viaje drogado,
Se caso estiver cansado,
Tente achar uma dormida,
Evite numa batida
Ferir mão, braço e joelho.
Nunca transforme em vermelho
O sinal verde da vida.

No congestionamento,
Nunca perca a esportiva,
Dirija na defensiva,
Fique atento ao movimento,
Cuidado como cruzamento
Olhe a faixa proibida,
É grande quem não liquida
Sequer a vida de um coelho
Nunca transforme em vermelho
O sinal verde da vida.

Prossiga a viagem em paz,
Seja feliz no retorno,
Jamais tente com suborno
Comprar os policiais,
Pois um suborno não faz
A vida restituída
Depois da vida perdida
É tarde, não há conselho.
Nunca transforme em vermelho
O sinal verde da vida

MULHER NOVA, BONITA E CARINHOSA

Otacílio Batista

Numa luta de gregos e troianos
Por Helena, a mulher de Menelau
Conta a história de um cavalo de pau
Terminava uma guerra de dez anos
Menelau, o maior dos espartanos
Venceu Páris, o grande sedutor
Humilhando a família de Heitor
Em defesa da honra caprichosa
Mulher nova, bonita e carinhosa
Faz o homem gemer sem sentir dor

Alexandre figura desumana
Fundador da famosa Alexandria
Conquistava na Grécia e destruía
Quase toda a população Tebana
A beleza atrativa de Roxana
Dominava o maior conquistador
E depois de vencê-la, o vencedor
Entregou-se à pagã mais que formosa
Mulher nova bonita e carinhosa
Faz um homem gemer sem sentir dor

A mulher tem na face dois brilhantes
Condutores fiéis do seu destino
Quem não ama o sorriso feminino
Desconhece a poesia de Cervantes
A bravura dos grandes navegantes
Enfrentando a procela em seu furor
Se não fosse a mulher mimosa flor
A história seria mentirosa
Mulher nova, bonita e carinhosa
Faz o homem gemer sem sentir dor

Virgulino Ferreira, o Lampião
Bandoleiro das selvas nordestinas
Sem temer a perigo nem ruínas
Foi o rei do cangaço no sertão
Mas um dia sentiu no coração
O feitiço atrativo do amor
A mulata da terra do condor
Dominava uma fera perigosa
Mulher nova, bonita e carinhosa
Faz o homem gemer sem sentir dor.



ESCRAVIDÃO BULIDA


Ó negro da escravidão que não termina
Que insiste, que explora, que aumenta e cresce
Maltratando a alma negra que padece
Nos grilhões da escravidão que assassina

Como é maldita a sorte, triste sina
Faz no homem renascer a sua prece
Qual riqueza que a alma empobrece
Retirando o amor da mãe menina

Escravidão que outrora era legal
Retirou do homem o bem maior
Sugou as veias, impôs sangue animal

A abolição que “buliu” no menor
No peito negro a lembrança imortal
Deixe morta a escravidão que é vital

                                Genário Gonçalves

http://www.gameofthronesbr.com/2013/05/as-cronicas-de-gelo-e-fogo-em-cordel.html

http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/ler-prazer-ritmo-cordel-636143.shtml?utm_source=redesabril_fvc&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_novaescola&


http://noticias.universia.com.br/tempo-livre/noticia/2012/01/11/903959/40-livros-gratis-literatura-cordel-baixar.html

fábula em cordel:
Leia a fábula abaixo e o cordel a seguir e verifique o que eles têm em
comum.
Agora leia o cordel:
O Leão e o Ratinho
Era uma vez um leão
Animal exuberante
A dormir espichadinho
Numa sombra repousante.
Ninguém mexia com ele,
Pois era apavorante.
Um dia, por acidente,
Um ratinho descuidado
Sem notar o atropelou.
O bichão foi acordado:
— Quer morrer, bicho danado?
— Nããão! Imploro ser poupado!
Tanto o bicho insistiu
O leão foi generoso:
— Vá embora, criatura!
Fugiu dali ansioso
Pensando que escapara
De destino tenebroso.
Mas o destino dá voltas!
A fera horripilante
Foi presa por caçadores
Urrava angustiante!
Quem poderia salvá-lo?
Topa ser seu ajudante?
Para surpresa de todos
Nosso herói foi o ratinho
Com seus dentes afiados
Roeu os nós direitinho
Libertando seu amigo
Para seguir seu caminho.
Por isso pare e pense
Nesta fábula secular
Pra sê sempre bem tratado
É bom nunca menosprezar
Seja forte, seja fraco
Respeite quem quer ajudar
Joana D’Arque de Aguiar

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