terça-feira, 2 de novembro de 2010

contos e fábulas africanas

A LENDA DO MACULELÊ
—Um grupo de africanos da etnia cucumbis foram escravizados na África e trazidos para o Brasil para trabalharem nas fazendas brasileiras cultivando a cana-de-açúcar.
—Os povos cucumbis eram mestres na arte da dança guerreira com bastões. Eles sempre ensinaram aos seus filhos esta arte desde muito cedo.
—Numa das fazendas de cana-de-açúcar do interior da Bahia, um casal africano teve um filho ao qual deram o nome de MACULELÊ.
—Maculelê tinha uma doença na pele que o deixava triste, envergonhado e isolado.
—Um dia, quando Maculelê fez 7 anos de idade, ele resolveu fugir da fazenda e se esconder na floresta onde ninguém pudesse vê-lo. Seus pais e amigos procuram por ele, mas, não o encontraram.
— Depois de uma semana, os índios aymorés que moravam naquela floresta encontraram o Maculelê e ficaram preocupados com o problema do menino, pois, para os índios há duas coisa muito importantes no mundo:
— Em primeiro lugar Deus, que está em toda a natureza! Em segundo lugar as crianças, porque elas são os tesouros do mundo!
— Então, os índios convidaram Maculelê para ir morar na aldeia deles dizendo que o Pajé (curandeiro deles), poderia tentar cura-lo com suas plantas e ervas.
—Só que Maculelê não queria ser visto por ninguém e não aceitou ir para a aldeia no começo.
—Então, o cacique dos índios fez um trato com Maculelê: que ele iria para a aldeia de noite, direto para a oca do pajé, ficaria escondido lá, e ninguém entraria nesta oca, somente o pajé que iria cuidar dele, e assim ninguém mais o veria como ele queria.
— Maculelê aceitou a proposta, e viveu na oca do pajé por muitos anos.
— Num dia de sol, os guerreiros da aldeia saíram pra caçar e pescar e só as mulheres e as crianças ficaram. Daí vieram alguns índios de uma tribo rival para atacar a aldeia.
— Maculelê que já estava um rapaz, ouviu as mulheres e crianças gritando, e foi acudi-las. Ele pegou dois bambus que estavam na oca do pajé e saiu para guerrear com os batões nas mãos.
— Maculelê tinha aprendido a luta dos bastões com seus pais africanos. Ele lutou com os índios rivais que não conheciam aquela luta e venceu!
— Quando os índios aimorés voltaram da caçada souberam do acontecido e foram saudar e agradecer a valentia e a proeza de Maculelê.
— Só então Maculelê ficou sabendo que estava curado de sua doença de pele, e também agradeceu ao pajé.
— A tribo dos aimorés fizeram uma festa para celebrar a vitória e a vida. Eles também pediram ao Maculelê para ensinar aquela luta de bastões; daí então, juntaram os movimentos guerreiros dos africanos cucumbis com as danças indígenas brasileiras e a esta nova dança deram o nome de: MACULELÊ!!!
MACULELÊ=Palavra do idioma quicongo makélelè que significa Barulho, algazarra, vozeria.
*Lenda Recolhida através da Cultura oral brasileira; adaptação da professora Denise Guerra.

(O Maculelê é uma dança de bastões brasileira que tem provável origem Afro-indígena, pois, foi trazida das etnias africanas congo-angolanas(há sugestões de que tenham sido os cucumbis) para cá, sendo mesclada com alguns elementos da cultura dos índios brasileiros (supostamente os aimorés) que aqui já viviam. É comum no interior da Bahia e do Rio de Janeiro.)

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20 DE NOVEMBRO – DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Durante muitos anos o Brasil usou o negro como mão de obra escrava. Além de sustentar a economia, eles ajudaram a enriquecer a nossa cultura. Hoje os afro-brasileiros representam quase metade da população e sua influência está presente na música, na dança, na língua, na culinária, na religião, no folclore...
Com tantas contribuições para a cultura do país, os negros passaram a valorizar mais a sua identidade. Para preservar essa história tão importante, há cerca de 30 anos se comemora no dia 20 de novembro, o Dia Nacional da Consciência Negra. Nessa data, em 1695, ocorreu a morte de Zumbi, o maior líder dos quilombos de Palmares, que representou a mais forte comunidade de escravos fugidos nas Américas, com uma população de mais 30 mil pessoas. Nessas povoações, eles resistiam ao escravismo e lutavam pela liberdade. Palmares durou cerca de 140 anos.

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