sexta-feira, 25 de setembro de 2009

exercícios de Português


Interpretação
TEXTO

Meu guri


Quando, seu moço, nasceu meu rebento
Não era o momento dele rebentar
Já foi nascendo com cara de fome
E eu não tinha nem nome pra lhe dar
Como fui levando, não sei explicar
Fui assim levando ele a me levar
E na sua meninice ele um dia me disse
Que chegava lá
Olha aí
Olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega
Chega suado e veloz do batente
E traz sempre um presente pra me encabular
Tanta corrente de ouro, seu moço
Que haja pescoço pra enfiar
Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro
Chave, caderneta, terço e patuá
Um lenço e uma penca de documentos
Pra finalmente eu me identificar, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega

Chega no morro com o carregamento
Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador
Rezo até ele chegar cá no alto
Essa onda de assaltos tá um horror
Eu consolo ele, ele me consola
Boto ele no colo pra ele me ninar
De repente acordo, olho pro lado
E o danado já foi trabalhar, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega

Chega estampado, manchete, retrato
Com venda nos olhos, legenda e as iniciais
Eu não entendo essa gente, seu moço
Fazendo alvoroço demais
O guri no mato, acho que tá rindo
Acho que tá lindo, de papo pro ar
Desde o começo, eu não disse, seu moço
Ele disse que chegava lá
Olha aí, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri



                                                        ( Chico Buarque de Holanda )


Vocabulário
Rebento: filho (sentido figurado).
Rebentar: nascer ( sentido figurdo).
Batente: trabalho diário.
Patuá: espécie de amuleto
Alvoroço: alarde, tumulto.




Questões sobre o texto

1- Responda às questões:

a- Qual é o tema da canção “Meu guri” de Chico Buarque?
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b- Quem conta a história do menino? Copie um verso da canção que justifique sua resposta.
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2- Na última estrofe, o que a mãe pensa ao ver a foto do filho no jornal? O que realmente aconteceu?
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3-Substitua a seguinte expressão denotativa (isto é, que apresenta o sentido real das palavras) por outra, em linguagem figurada, que se encontra no poema lido.
Ele me disse que venceria!
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4-“Chega suado e veloz do batente
E traz sempre um presente pra me encabular”
Por que o guri chega sempre suado e veloz do trabalho?
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5- Por que a bolsa que o guri deu de presente à sua mãe já vinha com tudo dentro?
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6- Que ironia há nestes versos: “Rezo até ele chegar cá no alto
Essa onda de assaltos tá um horror”
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7- Que outro título você daria ao texto de Chico Buarque?


8) O texto conta a história de um menino de rua. Quem está contando essa história? Comprove com uma pequena passagem do texto:

9) Para quem esta história está sendo contada? Comprove com uma passagem do texto:

10) Transcreva os versos que descrevem as condições do nascimento do guri:

11) O menino presenteia sua mãe com uma bolsa, já com tudo dentro. O que isso, na verdade, revela?

12) Na bolsa há, também, uma penca de documentos, por isso sua mãe acredita que finalmente vai poder se identificar. Como você interpreta essa situação?

13) Na terceira estrofe, o ato de rezar evidencia, uma vez mais, a ingenuidade da mãe. Por quê?

14) Como é a relação afetiva entre a mãe e o filho? Cite os versos que falam dessa relação:

15) A oração “Eu consolo ele” não está de acordo com a norma culta. Como ficaria no padrão culto? Por que razão o poeta não seguiu tal padrão?

16) As três primeiras estrofes do texto terminam mostrando a crença da mãe na promessa do menino de “um dia chegar lá”. O que isso significa? Isso realmente acontece? Justifique:

17) Transcreva os versos que sugerem a morte do guri, então assassinado:

18) A mãe fala do retrato do guri, manchete, venda nos olhos, legenda e iniciais. O que sugerem estas imagens?

19) A mãe conta que o menino “chega suado e veloz do batente”. Como você interpreta, nesse enunciado, as expressões destacadas?

20) Circule no texto os vocativos que você encontrar, justificando:

21) Explique o que se pode entender com o segundo verso da primeira estrofe:

22) Copie do texto palavras usadas no sentido coloquial da Língua:

23) Que mensagem o texto lhe transmitiu?

24) Você acha que, em geral, as mães se comportam da mesma forma que a mãe do guri? Justifique sua resposta:


25) Onde moram essa mãe e seu filho? Comprove com uma passagem do texto:


26) A mãe insiste em dizer que o filho venceu na vida, atingiu sucesso. Essa atitude mostra que ela é:

( ) sábia ( ) maliciosa ( ) ingênua

27)Em sua opinião, o que seria preciso para que o destino da personagem do texto tivesse possibilidade de ser diferente?
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TEXTO: TORMENTO NÃO TEM IDADE

      - Meu filho, aquele seu amigo, o Jorge, telefonou.
        - O que é que ele queria?
        - Convidou você para dormir na casa dele, amanhã.
        - E o que é que  você disse?
        - Disse que não sabia, mas que achava que você iria aceitar o convite.
       - Fez mal, mamãe. Você sabe que odeio dormir fora de casa.
       - Mas meu filho, o Jorge gosta tanto de você...
       - Eu sei que ele gosta de mim. Mas eu não sou obrigado a dormir na casa dele por causa disso, sou?
       - Claro que não. Mas...
       - Mas o que, mamãe?
      - Bem, quem decide é você. Mas, que seria bom você dormir lá, seria.
      - Ah, é? E por quê?
      - Bem, em primeiro lugar, o Jorge tem um quarto novo de  hóspedes  e  queria estrear com você. Ele disse que é uma quarto muito lindo. Tem até tevê a cabo.
      - Eu não gosto de tevê.
      - O Jorge também disse que queria lhe mostrar uns desenhos que ele fez...
      - Não estou interessado nos desenhos do Jorge.
      - Bom. Mas tem mais uma coisa...
      - O que é, mamãe?
     - O Jorge tem uma irmã, você sabe. E a irmã do Jorge gosta muito de você. Ela mandou dizer que espera você lá.
     - Não quero nada com a irmã do Jorge. É uma chata.
     - Você vai fazer uma desfeita para a coitada...
     - Não me importa. Assim ela aprende a não ser metida. De mais a mais você sabe que eu gosto da minha cama, do meu quarto. E, depois, teria de fazer uma maleta com pijama, essas coisas...
     - Eu faço a maleta para você, meu filho. Eu arrumo suas coisas direitinho, você vai ver.
    - Não, mamãe. Não insista, por favor. Você está me atormentando com isso. Bem, deixe eu lhe lembrar uma coisa, para terminar com essa discussão: amanhã eu não vou a lugar nenhum. Sabe por que, mamãe? Amanhã é meu aniversário. Você esqueceu?
    - Esqueci mesmo. Desculpe, filho.
    - Pois é. Amanhã estou fazendo 50 anos. E acho que quem faz 50 anos tem direito de passar a noite em casa com sua mãe, não é verdade?
                               (SCLIAR, Moacyr. Folha de S.Paulo,3 set.2001, p.C2)
EXPRESSÃO ESCRITA
Esse texto é descritivo, informativo, opinativo ou fruto da imaginação humana?
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De que maneira tomamos conhecimento dos fatos?
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No texto, temos a presença de dois personagens. Quem são eles?
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Escreva um trecho do texto Tormento não tem idade que confirme o título dado ao texto que você acabou de ler.
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Embora se trate de um texto escrito, podemos observar nas falas dos personagens expressões típicas da linguagem oral. Transcreva algumas delas.
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Na  frase: “O Jorge também disse que queria lhe mostrar uns desenhos que ele fez...”, a mãe com suas próprias palavras, conta ao filho algo que foi dito pelo Jorge.
Que tipo de discurso é este: DIRETO OU INDIRETO?
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7.O diálogo entre a mãe e o filho reproduz uma situação comum ou incomum?
Justifique sua resposta.

2 comentários:

Lucas Q. disse...

Agora entendi professora

Lucas Q. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
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