Confabulações Pasmáticas Alice
A vida é mesmo uma história de malucos sentados a uma mesa e se servindo das emoções alheias.
Cada dia que passa eu descubro uma nova e sou obrigada a reconhecer que nada sei e nada sou e que quando penso que encontrei é porque perdi.
São Rainhas más te perseguindo por todos os lados, coelhinhos neuróticos te apressando, gatinhos pirados que te confundem, e ainda por cima tem essas lagartas malucas em pleno surto psicótico e esses gêmeos confusos sempre querendo explicar algo que não conhecem.
Vida louca vida já dizia a canção na voz de Cazuza.
E lá vou eu, para mais um louco dia de descobertas malucas onde os loucos se divertem com minha insanidade e eu tento não pirar com suas loucuras.
Lá vou eu... sempre em frente e avante, sendo Alice nesse louco país que é a minha história.
Aos Filhos de Virgem
Oswaldo Montenegro
Composição: Oswaldo MontenegroVirgem como a natureza do desconhecido
virgem como quem se muda e como quem virá
virgem como a fruta esperando a tal mordida
virgem como o garoto que espera atento a hora do jantar
virgem como a nuvem que ainda não choveu e o guia
e como é virgem toda noite enquanto o dia não pintar
virgem como a tela branca da pintora linda ainda é virgem
como a lua antes do sol iluminar
virgem como o olho de quem não dormiu e o guia
virgem como a planta do pé de quem não andar
virgem como o pássaro desvirginou o dia
quando desenhou no céu o mapa de onde o sol pode brilhar
virgem como a música do cantor que era mudo
e como o passarinho é virgem quando não puder voar
virgem como a bailarina sem coreografia
e como a pérola azulada que ainda não saiu do mar
Mudar Dói, Não Mudar Dói Muito
Oswaldo Montenegro
(refrão)
Não pense que o mundo acaba
Ali onde a vista alcança
Quem não ouve a melodia
Acha maluco quem dança
Se você já me explicou
Agora muda de assunto
Hoje eu sei que mudar dói
Mas não mudar dói muito
Dizia Erasmo de Rotterdan
Que o pai da loucura é Platão
A mãe dela é a juventude
E dizem que teve um irmão
Que batizou enstusiasmo
E mora no Maracanã
Passeia em casais abraçados
E dorme no colo de Yansã
A natureza não precisa de arte
O amor não precisa do poeta
Às vezes, é o porto que parte
E é o alvo que procura a seta
Talvez seja filosofia
Talvez seja falta de assunto
Mas não há quem dirá (quem diria)
A verdade só, só junto
Que junto a verdade aparece
E ser só metade é ser só
E só quem amou sabe disso
Gigante olha a pedra e vê pó
(refrão)
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