quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Meio Alice




Confabulações Pasmáticas Alice


A vida é mesmo uma história de malucos sentados a uma mesa e se servindo das emoções alheias.

Cada dia que passa eu descubro uma nova e sou obrigada a reconhecer que nada sei e nada sou e que quando penso que encontrei é porque perdi.

São Rainhas más te perseguindo por todos os lados, coelhinhos neuróticos te apressando, gatinhos pirados que te confundem, e ainda por cima tem essas lagartas malucas em pleno surto psicótico e esses gêmeos confusos sempre querendo explicar algo que não conhecem.

Vida louca vida já dizia a canção na voz de Cazuza.

E lá vou eu, para mais um louco dia de descobertas malucas onde os loucos se divertem com minha insanidade e eu tento não pirar com suas loucuras.

Lá vou eu... sempre em frente e avante, sendo Alice nesse louco país que é a minha história.





Aos Filhos de Virgem

Oswaldo Montenegro

Composição: Oswaldo Montenegro

Virgem como a natureza do desconhecido
virgem como quem se muda e como quem virá
virgem como a fruta esperando a tal mordida
virgem como o garoto que espera atento a hora do jantar
virgem como a nuvem que ainda não choveu e o guia
e como é virgem toda noite enquanto o dia não pintar
virgem como a tela branca da pintora linda ainda é virgem
como a lua antes do sol iluminar
virgem como o olho de quem não dormiu e o guia
virgem como a planta do pé de quem não andar
virgem como o pássaro desvirginou o dia
quando desenhou no céu o mapa de onde o sol pode brilhar
virgem como a música do cantor que era mudo
e como o passarinho é virgem quando não puder voar
virgem como a bailarina sem coreografia
e como a pérola azulada que ainda não saiu do mar


Mudar Dói, Não Mudar Dói Muito

Oswaldo Montenegro

(refrão)
Não pense que o mundo acaba
Ali onde a vista alcança
Quem não ouve a melodia
Acha maluco quem dança
Se você já me explicou
Agora muda de assunto
Hoje eu sei que mudar dói
Mas não mudar dói muito

(parte falada)
Dizia Erasmo de Rotterdan
Que o pai da loucura é Platão
A mãe dela é a juventude
E dizem que teve um irmão
Que batizou enstusiasmo
E mora no Maracanã
Passeia em casais abraçados
E dorme no colo de Yansã
A natureza não precisa de arte
O amor não precisa do poeta
Às vezes, é o porto que parte
E é o alvo que procura a seta
Talvez seja filosofia
Talvez seja falta de assunto
Mas não há quem dirá (quem diria)
A verdade só, só junto
Que junto a verdade aparece
E ser só metade é ser só
E só quem amou sabe disso
Gigante olha a pedra e vê pó
(refrão)


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